Seçim 2023: Eleições Presidenciais e Parlamentares da Turquia
A Turquia está caminhando para uma eleição crucial em 14 de maio de 2023, que determinará seu futuro político nos próximos cinco anos. A eleição será realizada sob um novo sistema presidencial que foi adotado em 2017 e implementado em 2018, dando amplos poderes ao presidente como chefe de estado e de governo. A eleição também renovará o parlamento de 600 assentos, que compartilha autoridade legislativa com o presidente.
Os principais candidatos à corrida presidencial são o atual Recep Tayyip Erdoğan, do Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), que busca seu terceiro mandato, e Kemal Kılıçdaroğlu, do principal partido da oposição, o Partido Popular Republicano (CHP), que desafia Erdoğan pela segunda vez. Ambos os candidatos formaram alianças eleitorais com partidos menores para aumentar suas chances de vitória. A People Alliance de Erdoğan inclui o Partido do Movimento Nacionalista (MHP) e dois partidos menores, enquanto a Nation Alliance de Kılıçdaroğlu inclui o Partido İYİ, os Verdes e o Partido do Futuro de Esquerda e dois partidos menores. Outros candidatos incluem Ümit Özdağ do recém-formado Partido Zafer, Erkan Baş do Partido dos Trabalhadores da Turquia, Mustafa Destici do Partido da Grande Unidade, Meral Akşener do Partido İYİ (concorrente como independente), Çiğdem Kılıçgün Uçar do Yeşiller ve Sol Gelecek Partisi (concorrente como independente), İbrahim Akın do Yeniden Refah Partis i (concorrendo como independente), Fatih Erbakan do Yeniden Refah Partisi (concorrendo como independente) e Selahattin Demirtaş do Partido Democrático do Povo (HDP) (concorrendo da prisão).
seçim 2023
As principais questões e desafios que a Turquia enfrenta nestas eleições são múltiplas.Eles incluem gerenciar a pandemia do COVID-19 e suas consequências econômicas, restaurar a confiança nas instituições democráticas e nos direitos humanos, melhorar as relações com países vizinhos e aliados, resolver conflitos regionais e ameaças à segurança, abordar a polarização social e a diversidade cultural e garantir um processo eleitoral justo e livre.
O Sistema Eleitoral
A Turquia tem um sistema eleitoral presidencial de dois turnos. No primeiro turno, se nenhum candidato receber mais de 50% dos votos, um segundo turno é realizado entre os dois candidatos mais votados duas semanas depois. O presidente é eleito para um mandato de cinco anos e pode servir por no máximo dois mandatos.
As eleições para os 600 membros do parlamento são realizadas por meio de um sistema de representação proporcional, de modo que os eleitores votam nas listas dos partidos em vez de nos candidatos. O parlamento está dividido em 87 distritos eleitorais que elegem diferentes números de MPs dependendo de sua população. Para entrar no parlamento, um partido precisa obter 7% dos votos em todo o país ou fazer parte de uma aliança que o faça. Os candidatos devem ter no mínimo 18 anos. Para obter a maioria parlamentar, um partido ou aliança deve ter mais de 300 assentos. O presidente pode dissolver o parlamento e convocar eleições antecipadas, e o parlamento também pode convocar eleições presidenciais e parlamentares antecipadas com uma maioria de três quintos dos votos.
O sistema eleitoral foi criticado por alguns partidos da oposição e grupos da sociedade civil por ser injusto e antidemocrático. Eles argumentam que o limite de 7% é muito alto e exclui muitos partidos da representação, que os distritos eleitorais não são igualmente distribuídos e favorecem as áreas rurais sobre as urbanas, que o sistema presidencialista concentra muito poder em uma pessoa e prejudica a separação de poderes, e que a mídia e as instituições estatais são tendenciosas em favor do partido e da aliança no poder.
As pesquisas de opinião
As pesquisas de opinião mostram uma disputa acirrada entre Erdoğan e Kılıçdaroğlu, com nenhum deles provavelmente vencendo no primeiro turno. De acordo com a última média de pesquisas da Konda, uma respeitável empresa de pesquisas de opinião, Erdoğan tem 41,6% dos votos, Kılıçdaroğlu tem 38,4%, Akşener tem 8,9%, Demirtaş tem 5,7%, Özdağ tem 2,1%, Baş tem 1,5%, Destici tem 0,8%, Uçar tem 0,6%, Ak ın tem 0,3%, Erbakan tem 0,2% e os indecisos representam 9,9%. Em uma possível segunda rodada, Konda prevê que Kılıçdaroğlu venceria com 51,4% contra 48,6% de Erdoğan.
No entanto, as pesquisas não são muito confiáveis e podem mudar dependendo de vários fatores, como participação dos eleitores, estratégias de campanha, cobertura da mídia, condições econômicas, incidentes de segurança e eventos externos. As pesquisas também têm diferentes metodologias e margens de erro, e algumas delas podem ser influenciadas por vieses políticos ou ideológicos. Portanto, as pesquisas devem ser feitas com cautela e não como indicadores definitivos do resultado.
Os possíveis cenários e resultados da eleição são diversos e incertos. Alguns deles são:
Erdoğan vence no primeiro turno com mais de 50% dos votos, garantindo seu terceiro mandato como presidente e mantendo seu domínio sobre a política turca.
Kılıçdaroğlu vence no segundo turno com uma margem estreita, encerrando o governo de Erdoğan e inaugurando uma nova era de mudanças e reformas políticas.
Akşener surpreende a todos e chega ao segundo turno, desafiando Erdoğan ou Kılıçdaroğlu com seu apelo nacionalista e conservador.
Demirtaş mobiliza o voto curdo e ultrapassa o limite de 7%, dando ao seu partido uma presença significativa no parlamento e um potencial papel de criador de reis.
Özdağ ou Baş atraem votos suficientes dos segmentos insatisfeitos da sociedade para criar uma nova força política ou estragar as chances de outros candidatos.
Destici, Uçar, Akın ou Erbakan conseguem alguns votos de seus grupos eleitorais de nicho, mas não conseguem causar nenhum impacto significativo no resultado geral.
Os problemas atuais
A Turquia enfrenta muitos desafios e problemas em seus assuntos internos e externos que moldarão a agenda e o discurso da campanha eleitoral. Alguns dos mais importantes são:
Pandemia do covid-19
A Turquia foi duramente atingida pela pandemia de COVID-19, que já matou mais de 100.000 pessoas e infectou mais de 7 milhões de pessoas no país em junho de 2023. O governo impôs várias medidas para conter a propagação do vírus, como bloqueios, toque de recolher, proibição de viagens, obrigatoriedade de máscara, regras de distanciamento social e campanhas de vacinação. No entanto, essas medidas também causaram dificuldades econômicas, descontentamento social, problemas de saúde pública e interrupções educacionais para milhões de pessoas.
A forma como o governo lidou com a pandemia foi criticada por alguns partidos de oposição, especialistas em saúde, meios de comunicação e organizações da sociedade civil por ser inconsistente, ineficaz, opaca, politizada e autoritária. Eles acusam o governo de ocultar ou manipular dados, administrar mal recursos, violar os direitos humanos, silenciar vozes dissidentes, favorecer amigos ou aliados em detrimento de outros e não cooperar com a comunidade internacional. Eles também exigem mais transparência, responsabilidade, participação, solidariedade e orientação científica na resposta à pandemia.
Relações Estrangeiras
A Turquia esteve envolvida em vários conflitos e disputas com seus vizinhos e aliados nos últimos anos, afetando seu papel e reputação regional e global. Alguns dos mais proeminentes são:
A guerra civil síria, onde a Turquia apoiou alguns grupos rebeldes contra o regime de Assad e seus aliados, Rússia e Irã, e lançou operações militares contra as forças curdas no norte da Síria, apoiadas pelos EUA e pela UE.
A guerra civil da Líbia, onde a Turquia interveio militar e diplomaticamente para apoiar o Governo de Acordo Nacional (GNA) reconhecido pela ONU contra o rival Exército Nacional da Líbia (LNA) liderado por Khalifa Haftar, que é apoiado pelo Egito, Emirados Árabes Unidos, França e Rússia.
O conflito de Nagorno-Karabakh, onde a Turquia forneceu apoio político e militar ao Azerbaijão em sua guerra contra a Armênia pelo território disputado, que terminou com um acordo de cessar-fogo mediado pela Rússia que favoreceu o Azerbaijão.
A disputa do Mediterrâneo Oriental, onde a Turquia entrou em conflito com a Grécia e Chipre sobre a prospecção e aproveitamento dos recursos de gás natural na região, bem como a delimitação de fronteiras marítimas e zonas econômicas exclusivas.
O processo de adesão à UE, onde as negociações da Turquia para ingressar no bloco pararam devido a vários obstáculos políticos e econômicos, como a questão de Chipre, o estado de direito e as preocupações com os direitos humanos, a crise migratória, o acordo de liberalização de vistos e a atualização da união aduaneira.
A aliança da OTAN, onde as relações da Turquia com seus companheiros se deterioraram devido à compra do sistema de defesa antimísseis russo S-400, que desencadeou sanções dos EUA e prejudicou a participação da Turquia no programa de caças F-35.
A política externa da Turquia foi caracterizada por alguns analistas como assertiva, pragmática, independente e multidimensional, enquanto outros a descreveram como agressiva, errática, isolada e revisionista. O governo defendeu suas ações como necessárias para proteger os interesses nacionais, a soberania e a segurança da Turquia, ao mesmo tempo em que busca o diálogo e a cooperação com outros atores. A oposição criticou o governo por seguir uma política externa imprudente, aventureira e de confronto que afastou a Turquia de seus amigos e parceiros, e pediu uma abordagem mais equilibrada, racional e construtiva que respeite o direito e as normas internacionais.
Direitos Humanos e Democracia
A Turquia tem enfrentado críticas e pressões crescentes de vários atores nacionais e internacionais por seu histórico em direitos humanos e democracia. Alguns dos principais problemas e violações relatados são:
A repressão à dissidência e oposição após a fracassada tentativa de golpe em 2016, que resultou na prisão ou demissão de milhares de pessoas de diversos setores da sociedade, como jornalistas, acadêmicos, advogados, juízes, professores, funcionários públicos, políticos, Continuando o artigo: ativistas e defensores dos direitos humanos, sob a acusação de terrorismo, envolvimento golpista ou insulto ao presidente.
A erosão do estado de direito e da independência judicial, uma vez que o governo exerceu mais controle e influência sobre o judiciário, o tribunal constitucional, as associações de advogados e o conselho de juízes e promotores, minando a separação de poderes e os freios e contrapesos no sistema.
A restrição da liberdade de expressão e informação, já que o governo censurou ou fechou vários meios de comunicação, sites, plataformas de mídia social e ONGs, e processou ou assediou jornalistas, escritores, artistas, acadêmicos e cidadãos por expressarem suas opiniões ou reportarem sobre questões delicadas.
A violação dos direitos das minorias e da diversidade cultural, já que o governo discriminou ou oprimiu vários grupos étnicos, religiosos, linguísticos ou sexuais na Turquia, como os curdos, os alevitas, os armênios, os gregos, os judeus, os yazidis, a comunidade LGBTI+ e outros.
A deterioração dos direitos das mulheres e da igualdade de gênero, já que o governo se retirou da Convenção de Istambul sobre a prevenção e combate à violência contra as mulheres e a violência doméstica, propôs mudanças no código civil que prejudicariam os direitos das mulheres no casamento e no divórcio, falhou em proteger as mulheres da violência doméstica e do feminicídio e promoveu uma visão conservadora e patriarcal dos papéis das mulheres na sociedade.
O governo negou ou rejeitou essas alegações como infundadas, exageradas ou politicamente motivadas. Ele alegou que está agindo dentro de seus direitos soberanos e de acordo com suas leis e valores nacionais. Também acusou alguns governos e organizações estrangeiras de interferir nos assuntos internos da Turquia ou de apoiar grupos terroristas contra a Turquia. A oposição exige que o governo respeite os direitos humanos e a democracia como valores universais e como obrigações decorrentes de tratados internacionais. Também instou o governo a dialogar e cooperar com a sociedade civil e instituições internacionais para abordar essas questões e melhorar a imagem e a reputação da Turquia.
Conclusão
As eleições de 2023 são um momento crítico para o futuro político da Turquia. Eles determinarão se Erdoğan continuará seu governo por mais um mandato ou se um novo líder surgirá para desafiá-lo. Eles também moldarão a recuperação econômica da Turquia após a pandemia, sua orientação de política externa em uma região e mundo turbulentos, seu desenvolvimento democrático e situação de direitos humanos e sua coesão social e diversidade cultural.
As expectativas e esperanças do povo turco são altas, mas também diversificadas. Algumas pessoas esperam estabilidade, continuidade e segurança sob a liderança de Erdoğan. Algumas pessoas esperam por mudanças, reformas e democracia sob a liderança de Kılıçdaroğlu. Algumas pessoas esperam opções alternativas ou vozes de outros candidatos ou partidos.Algumas pessoas esperam por um processo eleitoral pacífico e justo que reflita sua vontade.
Os desafios e oportunidades para a Turquia também são imensos. A Turquia enfrenta muitos problemas internos e externos que requerem soluções eficazes. A Turquia também tem muitos potenciais e recursos que podem ser utilizados em seu benefício. A Turquia precisa de um líder visionário que possa unir o país em torno de uma visão comum e de um interesse comum. A Turquia também precisa de uma democracia participativa que possa capacitar seus cidadãos a terem voz em seu destino.
perguntas frequentes
P: Quando os resultados serão anunciados?
R: Os resultados serão anunciados pelo Conselho Supremo Eleitoral (YSK) depois de verificar todas as cédulas de todas as seções eleitorais do país. Espera-se que o YSK anuncie os resultados finais dentro de 10 dias após o dia da eleição. No entanto, resultados preliminares podem estar disponíveis anteriormente em fontes não oficiais, como meios de comunicação ou agências de pesquisa.
P: Como os cidadãos turcos no exterior podem votar?
R: Cidadãos turcos que vivem no exterior podem votar em locais de votação designados em seus países de residência. Eles precisam se registrar online no site do YSK antes de 14 de abril de 2023. Eles podem votar entre 6 e 9 de maio em missões diplomáticas ou entre 11 e 14 de maio nos portões da alfândega. Eles só podem votar nas eleições presidenciais, não nas eleições parlamentares.
P: Como as eleições afetarão o processo de adesão da Turquia à UE?
R: O processo de adesão da Turquia à UE está parado há anos devido a vários obstáculos políticos e econômicos de ambos os lados. As eleições podem ter um impacto neste processo dependendo do seu resultado. Se Erdoğan vencer, Continuando o artigo: o processo de adesão à UE pode permanecer congelado ou até se deteriorar ainda mais, já que Erdoğan frequentemente entrou em conflito com a UE em várias questões e expressou sua frustração e desilusão com o bloco.Se Kılıçdaroğlu vencer, o processo de adesão à UE pode ser revivido ou melhorado, pois Kılıçdaroğlu prometeu restaurar as relações da Turquia com a UE e buscar reformas que alinhariam a Turquia com os padrões e critérios da UE.
P: Como as eleições afetarão as relações da Turquia com a Rússia, o Irã e os EUA?
R: As relações da Turquia com a Rússia, o Irã e os EUA são complexas e dinâmicas, envolvendo cooperação e competição em várias questões. As eleições podem ter um impacto nestas relações dependendo do seu resultado. Se Erdoğan vencer, a Turquia pode continuar a seguir uma política externa pragmática e independente que equilibre seus interesses e relações com essas potências, ao mesmo tempo em que busca evitar confronto direto ou escalada. Se Kılıçdaroğlu vencer, a Turquia pode adotar uma política externa mais pró-Ocidente e pró-OTAN que alinhe seus interesses e relações com os EUA e a UE, ao mesmo tempo em que busca manter o diálogo e a cooperação com a Rússia e o Irã.
P: Como as eleições afetarão o papel da Turquia na Síria, Líbia e Nagorno-Karabakh?
R: A Turquia desempenhou um papel ativo e influente nesses conflitos, apoiando diferentes atores e interesses em cada caso. As eleições podem ter um impacto sobre o papel da Turquia nesses conflitos, dependendo de seu resultado. Se Erdoğan vencer, a Turquia pode continuar a afirmar seu papel e interesses nesses conflitos, ao mesmo tempo em que busca consolidar seus ganhos e garantir sua influência. Se Kılıçdaroğlu vencer, a Turquia pode adotar um papel mais conciliatório e diplomático nesses conflitos, ao mesmo tempo em que busca resolvê-los por meios pacíficos e mecanismos multilaterais. 0517a86e26
Comments